terça-feira, 18 de março de 2008

Falência das relações "E-foram-felizes-para-o-resto-da-vida"

Tenho uma dúvida existencial:
Nos nossos tempos, já não se fazem relações como a dos meus pais,
que duram há 50 anos, pois não?
Assisto a rupturas naquelas relações em que eu acreditava, naquelas que considerava até ideais, naquelas que pareciam maduras e resistentes. Assisto a rupturas de relações que me serviam de exemplo para imaginar que o amor continua tão duradouro quanto está a ser o dos meus pais.
As minhas dúvidas existenciais andam à volta do seguinte:
1. Actualmente desiste-se de uma relação quando desaparece a paixão?
2. As pessoas não se querem comprometer, porque a lei da procura e oferta está muito liberalizada?
3. Ninguém faz esforços, porque se vende a ideia de que devemos ter relações sempre felizes?
4. Desaprendeu-se o velho hábito agrícola de regar as relações, com surpresas, coisas novas e aventura?
5. Trabalha-se demais e por isso não se tem tempo para investir seriamente em relações?
Desculpem...
Mas eu quero
continuar a acreditar
que é possível manter uma relação saudável e por muitos anos!
Alguém me explica porque teimam em querer acabar com este meu lado burguês de querer uma vida simples?

11 comentários:

Rui disse...

Pois talvez a chave esteja num pormenor... é que "... felizes para sempre" só se aplica como epílogo de duas vidas.
A frase não diz que foram sempre felizes, e talvez seja essa má interpretação que gera uma frustração que leva à ruptura quando algo não está bem. Desiste-se num instante porque se espera ser feliz sempre,... sequer se equaciona a possibilidade do "para sempre".

Anônimo disse...

Se calhar não se "rega" a vida para que se tenha o amor-para-toda-a-vida. Ou se calhar não se rega como deve ser. Se calhar não se está no sitio certo ou se calhar a oportunidade já passou pela frente e nem se apercebe. Se calhar até, por mais de uma vez. Se calhar fala-se mais do que se escuta. Se calhar o mundo está cheio de boas intenções e vazio de actos. Ou se calhar a culpa é dos "gadgets" tecnológicos e da informação ou dos voos que estão baratos. Se calhar há concertos a mais. Se calhar, no fundo no fundo não se quer.

bonifaceo disse...

O rui escreveu bem.
A nº3 e 5 estão dentro daquilo que acho que me parece ser o mais comum e também há outra, mas essa não se aplica aos "resistentes" que falas, apenas a alguns, que é o facto de muita gente simplesmente procurar alguém para não estar "só", o estar descomprometido muito tempo não faz parte do estilo de vida a adoptar, ou o que acham comum ou lá o que quer que seja, por isso forçam o "estar paixonado", quando se calhar na verdade não o estão e por isso quando se fartam ou quando surge um daqueles dois factores, a relação já era...

Ísis Osíris disse...

Li hoje de manha q um estudo psi tinha concluido q as relações c maior probabilidade de funcionarem eram as q as duas pessoas tinham experiencias semelhantes na infancia! ;)

bonifaceo disse...

Não me acredito nisso... :D

Anônimo disse...

Ame a vida, pois nascemos para amar... e se alguém lhe perguntar o que fizestes da vida diga apenas.....AMEI!!!!!

Anônimo disse...

Ame a vida, pois nascemos para amar... e se alguém lhe perguntar o que fizestes da vida diga apenas.....AMEI!!!!!"Hoje somos a metamorfose do conhecimento e a incógnita do ser racional."

Elentári disse...

acho que é tão difícil ter uma relação satisfatória que pedirmos que ela dure para sempre parece um pouco quimérico nos tempos actuais.
Tempos de volatilidades os nossos! Um dia de cada vez! Expect the unexpected! :)

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Penso q o gde problema de hoje é o não querer enfrentar problemas relacionais no casal. É tão fàcil divorciar e encontrar alguem de mais dócil, q pense como nós...
E afinal de contas casar é estar c uma pessoa igual ou complementar?

Anônimo disse...

hipotese três será a mais próxima do absoluto. A relação resiste quando aquilo que queremos dela seja balanceado com o que o outro deseja da mesma partilha. E isso obriga-nos a dar de cada um para construir o nós... algo intrinsecamente exterior a nós e portanto estrnho no início (anos) de cada relação. Custa muito, muito!
Mas a felicidade é grande, quando a recebemos.
Acredito que as relações velhas, essas que duram muitos anos, foram as que interiorizaram isto nos seus hábitos diários...

 
Who links to me?