quarta-feira, 18 de abril de 2007

Um Funeral: O luto.

Tive uma piriquita durante 4 anos e meio. Agora morreu.

Como passava muito tempo sozinha em casa, resolvi levá-la para o meu local de trabalho. Ficou lá. Uns dias fazia mais barulho e faziam queixa dela. Outras ficava só ali a olhar. Mas nunca a deixei fugir para fora da gaiola, porque achei que não saberia viver em liberdade. Também nunca lhe arranjei um companheiro de cativeiro. Até ontem...

Ontem trouxe um piriquito verde para fazer companhia à piriquita azul. Deram umas bicadas quando os juntei. E deixei-os a passar a noite.

Hoje ia alegre para ver se a piriquita estava feliz por finalmente ter companhia. E a piriquita jazia no fundo da gaiola. Acho que o coração pequenino parou de bater quando finalmente conheceu o amor verdadeiro. Não sobreviveu à emoção da companhia. Já não estava sozinha em cativeiro. Finalmente tinha conhecido a companhia.

Tive pena de lhe ter trazido companhia quando já não tinha o coração forte.

Morreu a piriquita azul... Só me correu uma lágrima. E depois um sorriso porque tinha conhecido o amor antes de morrer.

3 comentários:

bonifaceo disse...

Adoro animais, mas essa ideia final... pronto, morreu pelo menos a conhecer companhia, o amor... eheh, pronto, faz de conta que sim. Tenho canários, os dois mais velho fizeram agora 7 anos :), um deles o Bonifaceo, coitadinho, tem um problema de asma.
Beijo.

Lowprofile disse...

concordo com o Bonifaceo, "conhecer companhia, o amor" apenas nos conforta a alma, porque à piriquita azul de pouco lhe valeu...
Lamento a tua perda. Se fores como eu, sentes muito a ausência/perda de um animal de estimação que, mesmo sem nos apercebermos, estava sempre lá!
neste caso, "rei morto, rei posto". Tens o piriquito verde!
Bjoca

Elentári disse...

Coitadinha da periquita! Já fazia parte da mobília...

A minha interpretação para o sucedido já é outra: acho que a periquita morreu por teres levado outro pássaro para a beira dela. Habituada ao estrelato, não gostou de partilhar o lugar com ninguém, muito menos alguém que na perspectiva dela lhe pareceu mais jovem e belo. Perante o desgosto sucumbiu...
Outa interpretação é que o novo periquito nada mais é do que um psicopata com uma fixação em matar periquitas verdes e, na calada da noite espetou-lhe a faca, digo, o bico.
Por fim, proponho mais uma opção: a periquita verde não quer partilhar o seu espaço e transmite isso ao novo inquilino. Os periquitos discutem, marcam uma luta até à morte, e o mais velho acaba por perder...

Mas a tua versão é a mais romântica, eu é que já não tenho o romantismo dentro de mim há muito... :)

 
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