domingo, 21 de janeiro de 2007

"A louca da casa"

Ao longo de um dia, passam-nos vários pensamentos pela cabeça. Passado. Presente. Futuro. Lembramo-nos de coisas que nos disseram. Cenas de filmes que vimos. Passagens de livros. Ou simplesmente coisas que vemos. Tudo isto se mistura até criar uma cor ocre que preenche os vazios da nossa mente. Ou, como dizia Santa Teresa de Jesus, da nossa louca da casa: a imaginação.

Hoje houve três pensamentos que me vieram várias vezes à cabeça.

A inevitabilidade do acaso. Um sobre a C. que me disse que ainda bem que me tinha apresentado a E., porque sabia que eu lhe estava a dar, o que ela própria não conseguia. E estão aqui dois aspectos implícitos que considero tornarem a existência mais doce: a humildade de reconhecer as limitações e a forma como entramos na vida das outras pessoas quando elas/nós precisam/os. Todos nós nos cruzamos. Reparamos nuns e noutros não. Falamos hoje e amanhã já não nos identificamos. E existem aqueles que uma vez fazendo parte das nossas vidas, não podem voltar a partir.

Um galo no galinheiro. Certo dia, um amigo disse-me para ir almoçar com ele, porque gostava de entrar no restaurante e sentir que todos os homens o invejavam por ele estar com uma mulher atraente. Fez-me pensar em como os homens são como os galos e gostam de se sentir no centro do galinheiro. Podem namorar com uma mulher discreta, mas alguns não gostam de perder a oportunidade de incharem o papo com o olhar dos outros, enm que seja com uma amiga. Quase como se existisse no básico uma vontade dos homens se sentirem com um "pénis" maior do que o de todos os outros.

Dietas, o meu problema. Há formas de se dizer determinadas coisas. E existem pessoas que colocam charme sempre que falam. A propósito da minha dieta, um homem disse que eu não era gorda. Era um tipo físico grande, como o eram as típicas divas italianas. Achei imensa piada, porque isto é saber comunicar e encontrar os pontos positivos, naquilo que para a maioria poderão ser defeitos. Haja mais charme na comunicação e as pessoas serão mais felizes. Quer as que falam com charme, quer as que recebem o seu efeito.

Estas foram algumas das ideias que tomaram conta da louca da casa.

2 comentários:

Fabiana disse...

A louca da casa é uma rapariga gira de 30 anos e sem namorado muito sofisticada ;)

jg disse...

A louca da casa é uma ternura que homem algum ainda soube descobrir.
É um desperdício de sensualidade, pecaminoso.
É uma incompreendida, injustamente.
Os homens que a rodeiam, geração fast-food, pensam que as mulheres já devem estar prontar a ser servidas. São uns malucos.
Em rigor, conheço pouca malta que aprecie arranjar o peixe e saborea-lo ao ritmo de cada operação, impondo a si mesmo a disciplina do gesto e a sensualidade do palato.
Nem sequer há, que me lembre, flores de uma só pétala. As tulipas, em particular, são de uma delicadeza muito feminina. As cores variam com o estado de alma.
Gostei de imaginar que te conheço, Tulipa!
Bjnho.

 
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