quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

A transparência da condução

A condução de um veículo pode ser solitário.
De repente parece que somos apenas nós e o volante, as rodas, o asfalto.
A condução pode ser libertadora.
Quando dói mais, carregamos no acelerador até ao fim.
Quando a dor já faz parte do nosso carpo,
andamos mais devagar.
Às vezes, não vemos as passadeiras nem as pessoas.
Às vezes não sabemos para onde vamos.
Às vezes achamos que ninguém nos vê.

E de repente, paramos numa passadeira,
porque vimos alguém.
Paramos e esquecemo-nos que estamos a chorar
e,
o nosso pranto cruza-se com o olhar do outro...
Que fica sem saber o que fazer.
Percebemos a hesitação em avançar, percebemos a hesitação em avaliar o que faz alguém andar de carro, com as lágrimas a dançarem ao som da música, que pede apenas para que voltes a acender a vela que se apagou com o vento fraco.

Um comentário:

bonifaceo disse...

Tirando a parte do chorar, ainda hoje me aconteceu parecido... quando isso acontece tenho que estar mesmo em baixo... e não há nada pior que esse sentimento.

 
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