quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Para a Carla de Elsinore

"(...) Seja por essa razão, ou porque tenho simplesmente os neurónios deteriorados, a verdade é que a minha memória é catastrófica, ao ponto dos meus esquecimentos me chegarem a assustar. Livros lidos, pessoas e situações que conheci, filmes vistos, dados que um dia aprendi, tudo se confunde e enreda aqui dentro. De facto, quando decorre algum tempo, vinte anos suponhamos, sobre alguma coisa de que me lembro, às vezes é-me difícil distinguir se o vivi, o sonhei, o imaginei, ou, quem sabe, o escrevi (o que demonstra por outro lado, a força da fantasia: a vida imaginária também é vida).(...)"
do livro "A louca da casa" de
Rosa Montero
Vozes do Mundo - Editora
(pp. 140)

3 comentários:

bonifaceo disse...

Um excerto interessante.

Anônimo disse...

querida tulipa, muito gostaria que fosses uma orquídea, mas tambem tens que existir para que a orquídea seja mais bela ou mais de meu agrado, prometo que te vou tentar connhecer melhor, como cresceste, de que cores te fazes, de que gostas tu,enfim, os teus segredos mais intimos de que não abdicas independentemente de tudo e que te fazem ser tu e mais ninguém embora certamente eu esteja à espera que não te defina...de qualquer forma gostei muito do excerto apresentado, fez-me recordar o meu dia-a-dia,nomeadamente com as intelectualidades deste mundo.Para quê, as continuar, se sei que as esqueço no preciso momento em que as assimilo,absolutamente paradoxal,não achas.Não com isto afirmando que este esquecimento residual não esteja presente em todas as outras situações futuras da minha vida,mas ao fim e ao cabo a consciência de que cada letrinha apreendida contribui para futuras interpretações individuais e singulares já me parece ser,não proveitoso na sociedade mas extremamente gratificante para uso doméstico...diferentemente as sensações materiais não me parecem nunca tão distantes,parecendo-me também se apresentarem exactamente de forma exposta das atrás referidas,sempre me remetem para um saudosismo presente que se solidifica e presentifica muitas vezes antes do prórrio acto em si, provando-me que o que vem ai já tu o tens bem presente e pronto a ser rememorado.agora se falamos de uma nova sensação fisica aquando da vida adulta, e quando essa vida é vivida em total posse das suas faculdades a conversa,teria que se alongar muito mais....gostei muito , e acho que vou tentar encaixar o livrito na minha lista livral,,,fixe,beijito e até jazz

Anônimo disse...

merda,não te vou mentir,quase de certeza que não vou ler o livro, mas a conclusão do livro é muito imagenéticamente real...ass..anonimo de cima

 
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