segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Primeiro dia do ano

Primeiro dia do ano.

As frases batidas. As decisões de hoje que morrem amanhã. E vejo as tulipas caírem de um céu enevoado. Flores que explodem num todo de cores. Por momentos vejo um arco-íris. São tantas as cores que as estrelas podem ter. As estrelas num céu enevoado. Enevoado pelos meus olhos. Coberto de nuvens que teimam em esconder a lua. E ouvem-se as pessoas. Esperança nas promessas de um novo ano (que tal como me disse alguém: "os novos anos são como os políticos"). E repetem-se as frases batidas. Sempre as frases batidas já sem o sentido que aquelas palavras têm. E as decisões que vão morrendo conforme chega a manhã. E as pétalas das tulipas que caem. E as estrelas que nos iluminam para esperarmos pelo dia enquanto a escuridão nos envolve.

Primeiro dia do ano.

E a única coisa que me lembro é de que não posso esquecer que sou uma pessoa única, especial e linda! E o único desejo que tenho é de não me esquecer disso na hora de decidir nem nas horas que viver. E a única realidade que quero aceitar é o que de melhor for capaz de imaginar.

Primeiro dia do ano. 11680 dia da minha vida. Mais coisa menos coisa aqui estou eu, em cima de um monte capaz de avistar uma longa planície à minha volta cravada de tons avermelados ou alanrajados e sou apenas a Tulipa Vermelha. Aquela que sonha. Aquela que acredita no poder da fé.

Um comentário:

uma da manha disse...

Para além de bem escrito, sinto uma identificação a qualquer coisa que não consigo nomear. Ainda bem que podemos continuar a deliciar com a tua escrita.

 
Who links to me?